Esta instalação de ambiente multi-uso funciona como ponto de encontro onde cada área pode ser usada como assento pelos visitantes para a contemplação do entorno, desta forma, invocando uma interação social dentro e ao seu redor.
O motivo do projeto foi influenciado pela história do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji de 1955 que levou a mudanças inevitáveis do ambiente construído, agredindo apenas a natureza que rodeia Kobe. Esta experiência devastadora é lembrada pelos moradores de Kobe, tornando-os uma comunidade persistente e estreita, mas que continua aberta e amigável aos visitantes da cidade.
Fortes laços sociais entre as pessoas ajudaram na superação do desastre e reconstruiu a cidade, transformando-a em um melhor ambiente para se viver. Porém, no cotidiano sem problemas e crises, a interação social face a face entre as pessoas está dizimando e é hoje um dos maiores problemas em nossa tecnologia atual.
O desenho foi desenvolvido para ser um ambiente onde as pessoas tenham um local de encontro para observar a beleza do entorno e, principalmente, para suscitar uma ênfase em manter a interação social, que foi um importante catalisador que levou os moradores de Kobe a revitalizar a cidade depois do desastre. A instalação está situada na ilha do porto artificial, Shiosai Park, que proporciona uma ampla vista do centro urbano de Kobe, seu entorno de paisagens montanhosas e do mar.
A intenção de projeto da instalação do Crater Lake é tomar como vantagem sua localização singular; criando uma paisagem ondulada de madeira que provê uma variação de configurações abertas e sem restrições, com uma visão de 360°. Toda a superfície pode ser utilizada para se sentar ou deitar. Bancos adicionais foram colocados no meio do espaço para que possam ser reorganizados conforme a preferência dos usuários. A superfície suave em morro convida as pessoas de diversas gerações, oferecendo condições espaciais que permitem a interação com o ambiente como um dispositivo de playground, relaxar à sombra do monte e socializar por sentar da forma desejada.
Múltiplas ideias e materiais foram testados para compreender a complexidade da forma suave e ondulada. A madeira foi escolhida pela sua notável capacidade estrutural, fácil de trabalhar e suas qualidades naturais.
Uma das questões principais foi de expressar a superfície contínua e lisa sem o uso de técnicas caras de madeira vaporizada, dobrada ou de fabricação digital. A solução foi dividir a superfície circular em partes radiais, com o número ideal de 20 partes. Os fatores que determinaram este número foram, sobretudo a expressão da superfície, o cronograma de produção e o método de transporte (tamanho do veículo).
Estas 20 partes radiais foram pré-arranjadas fora do local e transportadas por um veículo para o terreno principal de Shiosai Park. Madeira padrão e ferragem comum foram usadas na construção para evitar qualquer custo excessivo em um processo de fabricação específico.
Pinos de 2×4 foram aplicados para todos os elementos estruturais e placas de 30x60mm de madeira de cedro tratada foram usadas para a superfície. A estrutura das partes radiais consiste em uma série de reforços de forma livre compostos em segmentos com suporte horizontal e apoio transversal para a rigidez.
Cada elemento radial possui 64 pranchas de superfície que estão anexadas a três desses reforços estruturais que são fortemente conectados entre si por suportes horizontais. As superfícies de fluxo mais esperado apresentam espaços estreitos entre as placas. Conforme o “monte” se torna mais alto, o espaçamento entre as placas aumenta, permitindo que os usuários possam escalar a instalação. O monte que cresce é resultado do entendimento do local e das condições sazonais, funcionando como uma sombra ao sol e proteção do vento da baía quando se está sentado na área interna.